Quando se trata de dirigir uma empresa listada em bolsa de valores, os desafios no tocante a constância em resultados trimestrais e a transparência são maiores do que em empresas optantes pelo mercado fechado.
Empresas listas em bolsa de valores, geralmente possuem CEO’s de mercado, isto é, profissionais acostumados com as pressões constantes em transparência e em resultados trimestrais. Sendo o foco destes a constância em resultados e para isto ganham altas remunerações variáveis. O principal foco destes CEO’s, em sua maioria é o resultado pelo resultado, é o lucro, o incremento dos DF’s trimestrais. Esquecem-se de outra coisa…
O mesmo exemplo é o que levou a Apple a estar a três meses da insolvência no passado, ainda anterior ao lançamento do iPod, iPhone, iPad, iWatch…
Percebe-se que este perfil de empresa como a Tesla não é feita para o Stock Market, assim como, empresas de tecnologia dirigidas por seus empreendedores e empresas familiares não profissionalizadas também.
Aqui voltamos ao caso Apple, pré saída de Steve em 1985.
A empresa estava fraca em resultados com o seu mais novo produto, sofria pressões dos investidores para ser dirigida por um gestor profissional, um gestor de mercado. Steve Jobs, relutou mas foi convencido a buscar um sucessor para cuidar da operação e manter o mercado de capitais satisfeito.
A escolha não foi a mais feliz para aquele período da empresa, o que custou a ela a saída de Steve, a troca de CEO’s e a quase insolvência da companhia.
Empresas dirigidas por profissionais de marketing e de vendas costumam preocupar-se com suas próprias remunerações. Pois foi desta forma que chegaram ao topo das organizações, batendo metas atrás de metas, mas com uma operação dirigida por profissionais de outras áreas.
O problema é que gestores assim, tendem a esquecer dos seus produtos, da qualidade técnica, e do consumidor. Quando uma empresa de tecnologia para de focar em desenvolver tecnologias para focar em resultados a todo custo e remunerações variáveis, o custo acaba sendo a perda de market-share, e com isso vem a instabilidade da operação, em seguida os projetos não são mais inovadores como eram ou até são, mas o core dos produtos não é mais o consumidor e sim o baixo custo.
Esta história já se repetiu uma dezena de vezes, a Apple errou, Steve Jobs, foi convencido a errar, o que lhe custou um aprendizado enorme, afinal, quando voltou para a Apple exigiu a saída de todo o board da empresa.
Elon Musk pode estar prestes a repetir o mesmo erro.
O Stock-Market cobra resultados progressivos e constantes e transparência. Tesla é inovadora. Elon Musk é inovador. Para uma empresa de tecnologia é essencial o investimento em P&D. O mercado não aceita/não entende empresas gerenciadas por não gestores de mercado. Os CEOS de empresas de tecnologias passam a ser questionados quanto as suas capacidades.
Steve cedeu, Elon Musk ainda não.
Em um ousado movimento Elon informou que iria recomprar as ações disponíveis no mercado de capitais, o mercado reagiu com desconfiança. Teria mesmo Elon condições para tal?
Elon parece saber que sua empresa não tem perfil para o mercado de capitais.
E se Elon cansar de lutar por resultados atrás de resultados trimestrais e matar a inovação? Ele irá se cansar? Sair? Ser substituído? Recomprar as ações da companhia e enfrentar o mercado?
Elon se sairá melhor que Steve em uma situação como esta?
Profissionais como estes precisam disponibilizar sua energia no desenvolvimento de produtos, são artistas inovadores, criativos e não gestores técnicos de mercado, esta é a parte mais fácil.
Valeu Marcelão! Dicas ótimas.
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boa :)
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Obrigado! Seguimos! Abraço.
Excelente aula. Didática de fácil entendimento e instigante.